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7 maneiras de estimular sua criatividade

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Criatividade não é um dom e a melhor forma de estimular essa qualidade é criar uma rotina comprometida com seu desenvolvimento pessoal. Reunimos o que alguns especialistas falam sobre o tema e compilamos 7 formas de estimular sua criatividade no artigo abaixo.

Pense em criar algo legal e automaticamente você é levado a uma busca online sobre: presente criativo, projeto criativo, frase criativa, comida criativa, texto criativo. Seja qual for a necessidade, quando o resultado é criativo é sempre mais legal. Por isso, reunimos 7 formas de estimular sua criatividade para que da próxima vez que você precisar criar algo sua melhor fonte de ideias seja você mesmo.

Para isso, reunimos 3 livros que abordam o tema de forma transformadora.

  • The creative act de Rick Rubin: premiado produtor musical que participou da popularização do hiphop nos Estados Unidos e já trabalhou com nomes como Jhony Cash, Jay Z e Adele.
  • Big Magic: Creative Living Beyond Fear de Elizabeth Gilbert: Escritora e romancista que ficou famosa compartilhando suas memórias no livro: Comer, rezar e amar, que ficou 180 semanas na lista dos mais vendidos do New York Times e mais tarde virou filme.
  • Creativity INC por Edwin Catmull: Co fundador da Pixar, cineasta da computação gráfica, participou da revolução dos filmes de animação com a inserção das tecnologias digitais. Atualmente é presidente da Pixar e Disney.

1. Tudo começa por você

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Cuidar do seu corpo é o primeiro passo para colher ideias criativas. Esse é o ponto defendido por Rick Rubin. Ele argumenta que o que faz um artista bom não é o que ele faz, mas sim quem ele é no mundo. Desta forma, o talento é uma habilidade praticável em que você prepara seu corpo para as ideias se manifestarem por você.

Rick propõe que a conexão com a harmonia do planeta e a exposição à estranheza causada pela força de transformação da natureza são boas fontes para aumentar o espaço mental e como consequência a criatividade.

Assim, nossas metas devem considerar experiências do dia a dia, pois serão elas que criarão as condições corretas para a criatividade emergir. Então, o seu melhor será resultado de práticas diárias de autocuidado.

2. Cultive boas inspirações

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O segundo passo para instigar sua criatividade é administrar a sua fonte de informações. Para Rick, é necessário ser pró-ativo ao buscar inspiração diariamente. Controlar o consumo intencional de boa música, boa informação, bons livros e uma boa produção audiovisual é um caminho para semear boas ideias. Rubin defende que imitar artistas que você admira não é errado, pois os filtros das suas experiências resultarão em algo novo. Por fim, escolha bem as pessoas com quem você passa seu tempo, observe se o convívio com elas tem instigado boas ideias.

Especialistas sugerem que pelo menos 3 partes do nosso cérebro são responsáveis pelo processo criativo. Rede de controle executivo, que controla pensamentos, emoções, decisões e julgamento. Rede de saliência, que regula como você percebe suas emoções e o ambiente externo. E por fim, rede de modo padrão, responsável por comportamentos como dirigir. Essas três redes funcionam de forma singular para cada ser humano e a combinação delas será o gatilho para criatividade.

Por isso, a auto-observação é tão importante. Perceba qual sua fonte de inspiração e observe em qual desses momentos você tem as melhores ideias. O ato de caminhar para espairecer a mente é sabedoria antiga e um ótimo exemplo. Nesse contexto é possível perceber que essas pessoas, ao observar a natureza ou paisagens urbanas ativam sua rede de saliência e criam os gatilhos para novas ideias.

Além disso, a música é comprovadamente uma ótima fonte de criatividade. Vocês já ouviram falar no “Efeito Mozart”? O termo se refere a um estudo publicado na Nature (1993) que examinou os efeitos da música no desempenho de tarefas cognitivas. A análise percebeu que enquanto estavam ouvindo a sonata de Mozart K.448 houve um aumento no desempenho dos participantes, resolvendo mais problemas.

3. Autoconhecimento

Quantas histórias limitantes sua mente conta para você mesmo durante os momentos difíceis?

A confiança gerada pelo autoconhecimento é comum nas referências que estudamos. Edwin, por exemplo, pontua que o maior aprendizado quando o assunto é superar desafios é que o poder criativo se sustenta na liberdade, confiança e multiculturalidade do time. Por isso, autoconhecimento é crucial para experienciar essas características.

Do mesmo modo, Rick Rubin alerta que é necessário estar atento as histórias limitantes que contam sobre quem você é e o que delimita quem você pode se tornar. Normalmente essas premissas, baseadas em sabedoria convencional são reflexo de vieses sociais e não representam a complexidade do ser. Assim, Rick pontua que o caminho é identificar seus sentimentos com clareza. Bom, ruim, triste, novo, medo ou feliz, reconhecer essas sensações é a chave para abrir qualquer porta, segundo o produtor.

“If you are arguing for your limitations, you have to keep them.” – Elizabeth Gilbert

Da mesma forma, a escritora Elizabeth ressalta que justificar as limitações bloqueia seu potencial criativo. A autora argumenta que é importante estar consciente sobre suas limitações e pontos que podem melhorar no seu trabalho. Porém, isso não deve te impedir de receber crédito por algo ou se sentir orgulhoso pelo resultado até aqui. Afinal, ninguém quer manter limitações como estimação, certo?

4. Disciplina é liberdade

A frase eternizada na voz de Renato Russo   segue sendo repetida por artistas. Pode parecer contraditório, mas o conceito é simples. Crie uma rotina de hábitos e o resultado é mais segurança e liberdade para administrar seu tempo. Assim, você escolhe o que é necessário e funciona melhor para você.

“Good habits create good art”

Rick Rubin

Por vezes, Rick Rubin conta que uma constante nos artistas os quais já trabalhou junto é perceber que todos seguem uma rotina constante de atividades que servem de suporte para o ato criativo. Escrever, por exemplo, se torna um ato de permissão dos momentos livres.

5. A criatividade comunica a alma

Se por um lado precisamos criar as estruturas formais para nos permitir desenvolver e aprimorar nossas ideias, por outro, a liberdade de expressar nosso interior é também crucial do processo criativo.

“If writing is thinking and discovery and selection and order and meaning, it is also reverence and mystery and magic.”

Toni Morrison

Nesta frase, a escritora Toni Morrison resume como é experienciar a criatividade que comunica com a alma. Ela defende que esse processo faz reverência a quem somos, tem mistério ao abraçar o desconhecido e magia ao expressar nossa imaginação.

Nesse sentido, Rick pontua que nós somos o total das experiências externas que vivemos e emoções e sentimentos. Ele relaciona o processo de permitir a alma falar com a natureza, que está em constante mudança, e também como a forma que as crianças exploram o mundo, guiadas pela curiosidade, pela surpresa do desconhecido e pelo desapego com a aprovação.

Elizabeth chama essa postura de “direito criativo” e nesse lugar é seu direito não depender de validação externa ou interna para o seu trabalho. Ou seja, pratique ouvir o seu interior de forma neutra, sem julgamentos, não para formar opinião e sim, apenas experienciar o ser.

Rick chama essa prática de clean state e sugere que essa habilidade pode ser praticada diariamente enquanto escolhemos olhar paisagens, imagens e músicas já conhecidas, com um olhar de novidade. A sua música favorita pode ter um instrumento que você ainda não notou. Que tal escutá-la agora e redescobri-la?

6. Just do it

Após criar o ambiente propício para sua criatividade fluir é hora da ação. Todos os autores acima, Rick, Edwin e Elizabeth, apoiam que o ato de fazer precisa vir acompanhado do não julgamento. Ou seja, você vai escrever alguma coisa, não precisa ser o melhor já de começo. Desta forma, será a atitude de se colocar na ação que levará você até o resultado, ainda que ele não seja o primeiro produto daquele esforço.

Rick adora as comparações e relaciona esse processo ao que acontece com a sementeque antes de germinar ela espalha suas raízes em baixo da terra por tempo suficiente para  se estabelecer e sustentar o crescimento da planta. No nosso caso, o crescimento da ideia.

Uma forma de fazer isso é investir na pergunta: “E se…” Essa suposição estabelece o ambiente para sua imaginação fluir. Por isso, vá para o seu quarto e seja você. Faça o que você sabe e o que você deseja. Isso vai satisfazer seu eu interior e instigar sua criatividade.

Da mesma forma, Edwin Catmull relata diversos casos durante o crescimento da Pixar em que fazer acontecer foi a única escolha possível em um cenário que não havia certeza de sucesso. O CEO da Pixar conta que todos os colaboradores são incentivados a adotarem uma mentalidade de experimentação, reconhecendo que empreendimentos criativos envolvem um certo nível de incerteza e imprevisibilidade.

No livro, Edwin usa o conceito de “plussing”, que significa construir e aprimorar ideias ao invés de destruí-las. Desta forma, quando o time está travado em alguma fase do projeto, ele os encoraja a experimentar abordagens diferentes para descobrir possibilidades e inspirações.

Lapide sua criação

Agora é hora ver a semente se transformar em uma planta. Para Rick Rubin, nesse momento é necessário construir junto a essa planta. Observar seu potencial, podar, talvez replantar em outro pote, enfim, tomar decisões com aquilo que se tem. Nessa fase Rick compartilha que 8 de 10 plantas que ele cultiva não se tornam o que ele imagina.

“A melhor arte é aquela que deixa aberto para o artista e para audiência terem interpretações diferentes.”

Então, é importante naturalizar o processo de exclusão e manter o projeto flexível e em alguns casos limitar as opções para algo mensurável irá te forçar a encontrar a forma de resolver o problema.

7. Determine um deadline

Quando você fica travado na ideia de que aquele trabalho será uma eterna representação sua e se deixa dominar por esse medo, a ideia de perfeição não permite avançar com o projeto. Por isso, Rick defende que estabelecer uma data de entrega quando os questionamentos aparecerem é fundamental para o projeto continuar, pois isso vai  te ajudar a parar com a mentalidade de melhorar o projeto eternamente.

Sobre essa síndrome do perfeccionismo que ataca quando estamos próximos à entrega de um trabalho, Elizabeth defende que a melhor forma de fugir disso e garantir que sua criação feche o ciclo é se importando mais com o presente e com o que é possível entregar agora.

Liberdade e autonomia ao livre pensamento

Não por acaso, uma das editorias da Be é a criatividade. É satisfatório abraçar esse mundo e perceber que ainda que muitas pessoas acreditem que criatividade é um talento natural, nós estamos comprometidos com práticas diárias para entregar conteúdo autêntico e relevante.

Neste processo, olhamos com carinho para o conceito de liberdade que só é alcançado quando o direito ao livre pensamento é garantido. E como vimos acima, essa liberdade começa na relação que cultivamos com nós mesmos. Desde hábitos diários de autocuidado e disciplina, até a prática de um olhar generoso com quem somos.

Por fim, aos que ainda acham que criatividade é lacrar, nós precisamos dizer:

Sua criatividade é apaixonar-se diariamente pelos caminhos que te levam até ela.

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